terça-feira, 3 de maio de 2011

TERRORISTA


Morreu Osama Bin Laden. O mundo parece que respira mais aliviado, mas daí a comemorar nas ruas a sua morte, parece-me mais coisa do tempo dos circos do Império Romano, do que de uma sociedade civilizada do século XXI. Isto deixa nítido que ainda estamos mais próximos da barbárie do que da doutrina ensinada por Jesus há dois mil anos. Mas não foi só isso.
As reações e declarações foram as mais estapafúrdias. Vejamos.

O Vaticano, através do papa Bento XVI, ou sei lá, a Igreja Católica Apostólica Romana, manifestou-se dizendo que o terrorista deverá prestar contas a Deus, e que "um cristão deve refletir sobre as graves responsabilidades de cada um diante de Deus e dos homens. Deve esperar e comprometer-se para que cada acontecimento não se transforme em oportunidade para aumentar o ódio, e sim para reforçar a paz". Com isso quis dizer que nós não devemos utilizar esse assassinato premeditado ou qualquer outro acontecimento de triste lembrança, como lenha para a fogueira do ódio. Está tudo muito bem, mas tem hora que a gente não entende bem essa mistura de Estado com Religião. O papa falou como Chefe de Estado, ou como líder espiritual? Se falou como no primeiro caso, é um pronunciamento político e não deveria envolver Deus e os cristãos nisso. Se foi como líder espiritual, deveria ter ficado de bico calado, o que seria muito melhor. Um líder espiritual deve deixar os assuntos temporais com os governos temporais e cuidar mais do espiritual, que é o que o povo está precisando de fato e quase não tem.

O presidente do Peru, Alan Garcia é outro que deveria ter ficado quietinho, pois em boca fechada não entra mosquito. O infeliz teve a insanidade de falar que a morte do líder terrorista foi o "primeiro milagre" do papa João Paulo II, beatificado no último final de semana. "Queria reiterar o que disse há algum tempo: minha felicidade e minha complacência pelo que significa a beatificação de João Paulo II, e digo que seu primeiro milagre foi extirpar da Terra a encarnação demoníaca do crime, do mal e do ódio", uma declaração completamente incompatível com o que foi o Santo Padre dos católicos durante a sua passagem por este mundo material. Alguém poderia supor que João Paulo II, com a sua doçura, humildade, benevolência e devotamento à humanidade, seria capaz, depois de morto, de irar-se e patrocinar o assassinato de alguém, seja ele quem fosse, até o próprio demônio, extrapolando e supondo que uma figura dessas exista? Não existe nenhum indício que um fato desse possa ligar-se a esse padre, que perdoou o seu próprio algoz. Olha, desta vez foi o presidente, mas o do Peru viu gente, quem falou tamanho disparate.

Antonio Patriota. Para quem não sabe, esse senhor é o Ministro das Relações Exteriores do Brasil. Vejam só o que ele disse sobre a morte do terrorista: "O governo brasileiro condena o terror sob todas suas manifestações, seja qual for a motivação". A frase em Portugues eu entendi, mas tem alguma coisa aí que não se encaixa.

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