domingo, 6 de março de 2011

Happy Hour e a chiadeira


É geral a chiadeira dos comerciantes, a respeito dos novos critérios de cobrança da taxa da Prefeitura para ocupação dos espaços públicos, mais especificamente as calçadas, para uso privado e comercial. Aqueles que vislumbraram o ótimo negócio que é aumentar em até 50% a área útil do seu bar, rapidinho aderiram ao aumento significativo das taxas, mas que ainda assim é irrisório em relação ao valor do aluguel do imóvel em que funcionam. Lógico que o negócio não é para qualquer um, e ficaram de fora os pequenos bares comumente chamados de butecos, vendedores exclusivos de pinga e as vezes cerveja, que usavam o passeio público para rodadas de truco e outros jogos de gosto duvidoso e que portanto o próprio não oferece cacife para bancar a taxa.
Uma análise conscienciosa vai nos mostrar a utilidade dessa portaria do governo municipal.
O principal ganho para a cidade é sem dúvida o desincentivo ao alcoolismo. O buteco da esquina é o maior mantenedor e divulgador do alcoolismo. Trabalham com produto de baixissimo valor, o que estimula o consumo, mas é de alto risco. É o crack das drogas lícitas. Junto com a cerveja, pela sua facilidade de consumo, é uma porta escancarada ao alcoolismo. Seus efeitos na saúde, na personalidade e na vida pessoal e familiar daquele que a consome são devastadores.
Outro aspecto ainda em relação ao butecos, é o saneamento que a portaria promove nos passeios públicos. Literalmente ela varre as calçadas, trazendo tranquilidade e tornando suportável a convivência com vizinhos, já que a gritaria vai se restringir ao interior do estabelecimento. Geralmente os butecos estão localizados em áreas residenciais, o que não deveria ser permitido e somente quem tem um próximo à sua moradia é que pode avaliar a inconveniência desse tipo de estabelecimento comercial.
Os outros comerciantes que aderiram de pronto à taxa, são acho que na sua totalidade, bares e restaurantes de movimento maior, localizados em áreas comerciais, avenidas de grande circulação, onde a perturbação aos vizinhos é menor, sem contar que são comerciantes que zelam pela aparência e a ordem nos seus estabelecimentos, e portanto essa organização traz até um ganho estético para o local. Se o local suporta as exigências da lei e o comerciante concordou em arcar com a taxa, não há nada a comentar.
Desemprego? Fechamento de estabelecimentos? Ora, tudo isso é desculpa. Se o comerciante quer utilizar o espaço público, tem de cumprir as exigências, procurando um local adequado em que seja viável seu negócio da maneira que ele acha que deva ser. Muito engraçado alguem supor que deva ser alterada a lei para atingir os seus próprios interesses, ou para preservar empregos. O progresso tem de vir, digo isso de maneira geral. Quem não se adequar vai ficar para trás, ou será esmagado por ele. Não adianta chiar.
Resta agora esperar da prefeitura medidas de fiscalização efetivas e contantes para coibir transgressões, mas principalmente a noite e nos finais de semana, quando a coisa corre solta.

2 comentários:

  1. Isso demonstra a falta de planejamento dos proprietários destes estabelecimentos, é só fazer um projeto de construção adequado às necessidades do comércio que ninguém sairá prejudicado..

    ResponderExcluir
  2. Tudo depende de onde ele quer chegar não é mesmo? O que não pode é reduzir o preço do que já é barato.
    Obrigado pelo comentário, seja bem-vindo, sempre!

    ResponderExcluir