quinta-feira, 7 de julho de 2011

Você assinaria esta carta?

Você assinaria esta carta, ou deixaria a banda passar?
Carta de autor desconhecido, divulgada através de e-mails e blogs, após Chico Buarque aparecer na posse de Dilma, que convidou a sua irmã Ana de Hollanda para assumir a boquinha de Ministra da Cultura. Comente!

Carta aberta para Chico Buarque, do seu vizinho do lado.

Chico,

Confesso que fiquei chocado ao vê-lo desfilar na passarela da Dilma, cantarolando como se estivesse a defender uma causa justa, honesta e patriótica.

Logo você, Chico, que ganhou tanto dinheiro encantando a juventude da década de 1970 com parolas em prosa e verso sobre liberdade e moralidade. Percebo que aquilo que você chamava de ditadura foi, na verdade, o grande negócio da sua vida. Afinal, você estava à toa na vida. Você deveria agradecer aos militares por tudo o que te fizeram, porque poucos, muito poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões em forma de música e poesia como você.

Estou agora fazendo essa regressão, após vê-lo claudicante como A Mulher de Aníbal no palanque do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber o seu constrangimento, a sua voz trêmula e pusilânime, certamente sendo acusado pela sua consciência de que estava naquele momento avalizando, endossando todas as condutas deste governo trêfego e corrupto.

Nunca, jamais imaginei, Chico, que você pudesse se prestar a isso algum dia. Mas é possível antever que apesar de todos vocês, amanhã há de ser outro dia. Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento, vamos cobrar com juros. Juro ! Você, como avalista, vai acabar tendo que pagar dobrado cada lágrima rolada. Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir antes do que você pensa. Não sei como você vai se explicar vendo o céu clarear, de repente, impunemente. Não sei como você vai abafar o nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de vocês, Chico, amanhã há de ser outro dia.

Estamos sofrendo por ter que beber essa bebida amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você, logo você, brindando e festejando com todos eles, só nos resta ficar cantando coisas de amor e olhando essa banda passar. E pedir que passe logo, porque apesar de vocês amanhã há de ser outro dia.

Estamos todos cada qual no seu canto, e em cada canto há uma dor, por conta daquela cachaça de graça que a gente tem que engolir (lembra ?), ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir.

Só espero, Chico, que as músicas que você venha a compor em parceria com os seus amigos prosélitos de palanque não falem mais de amor, liberdade, moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente nas suas letras agora mortas de tristeza e dor.

Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino agora desnudo. Componha, iluda, dance e se alegre com todos eles, ganhe lá o seu dinheiro, entre na roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde preferir - mas não iluda mais os nossos jovens com suas músicas, simbolizadas hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro.

(assinado) Seu Vizinho ao Lado.....

Um comentário:

  1. É um texto claro, conciso, completo e civilizado, mas ao mesmo tempo duro, cruel, acusador, que mais soa como uma verdadeira bofetada com luvas de pelica na cara sem-vergonha de Chico Buarque, que resolveu aproveitar-se dos holofotes da posse de Dilma para dar um brilhareco em sua carreira já chegando ao fim por preguiça, por desnecessidade e por falta de personalidade. O velho Chico já não é mais o mesmo. Que CONSTRUÇÃO ele fez nos últimos tempos? Nada! Passado o tempo, percebemos que apenas foi mais um espertalhão dentre os demais que usaram o pretexto da luta pela liberdade (liberdade com comunismo??), para obter vantagens pessoais, e agora, todos com os bolsos, e alguns com até meias e cuecas cheias de dinheiro, não tem o mínimo pudor ao fazerem-se de salvadores da Pátria.
    Mas a vida é assim mesmo, e com certeza Chico Buarque não é o único artista de renome que se prestou a esse triste papel de puxa-saco e de bajulador, mas paro por aqui.

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